quinta-feira, dezembro 28, 2006

Confesso a vós...

Caros,

sempre é muito dificil abrir mão de nós mesmos, o tempo passa e nos tornamos sempre uma caricatura daquilo que queremos e nem sempre nos tornamos aquilo que queremos, passando a ser apenas o protótipo de alguma coisa que não significa nada, mesmo que haja as melhores das intenções. E pior, quanto melhores tentamos ser mais difícil desfazer do monstro que criamos em nós mesmos, um monstro de boas intenções, isso acontece umas vezes por falta de humildade ou por querermos darmos passadas longas demais rumo à virtude perdida ou desejada. Como desfazer dos bons caminhos que caminhei? Não, na verdade não foi um caminho trilhado, foi um caminho ambicionado, fruto dos desejos e vaidades, e quando paramos nos vemos no mesmo lugar de sempre, querendo correr desesperadamente para um futuro que desejamos ou para um passado promissor. Fujo disso, preciso fugir do que estou agora. Mas como? Convençam-me que estou errado? Não precisam me convencer, pois ninguém já se interessa pelo nada que eu fiz, tudo é exagero ou fantasia, mas confesso ser uma fantasia boa que desejaria que muitos ou pelo menos alguns experimentassem.

Me vejo só e parado. Curioso para saber como seria se meus pensamentos tivessesm obtido exito ou algum fruto pelo menos. Mas nada. Nada aconteceu e parecve que nada vai acontecer, queria recomeçar mas temeria recomeçar errado novamente, alias, não comecei errado, comecei impulsionado e convicto, o problema está na verdade é pelo meio do caminho, simplesmente adormeci e sonhei, acordava e queria voltar a sonhar e sonhar. Talvez meus sonhos fossem bons e estejam sendo anulados pelos sonhos dos outros, teria o mundo a ganhar ou a perder com um dia dos sonhos meus? Não sei, parece que eu mesmo perdi muito com isso tudo. Há um caminho que quis segui-lo, quis sonhá-lo e convertê-lo em realidade, mas o que me acontece é confusão e um certo desânimo. a vaidade não tem me permitido me reduzir, me fazer pequeno e inútil, ser o último, servir aos que devem servir.

Meus sonhos me tornaram um sujeito que gostaria de exigir respeito por tudo que sonhei, por tudo que pensei, mas sou tímido demais para cobrar as coisas, ainda bem, ainda bem. Se a árvore é boa dará bons frutos, mas que frutos tenho dado a não ser nenhum? Uma árvore estéril, infértil, isso que me tornei pela ociosidade de meus sonhos e pensamentos. No que posso ajudar? Qual a minha mínima utilidade ao próximo? Nenhuma.