sexta-feira, agosto 22, 2014

Livramos Barrabás, condenamos Jesus...

O que você sente quando lê a passagem em que entregam Jesus e libertam Barrabás? A gente pensa "que povo sem alma, sem coração"... resumindo pensamos "que povo burro"... e ficamos tristes por pensar que se estivéssemos lá seriamos defensores da causa de Jesus.

Acho que precisamos compreender esta passagem bíblica de forma um pouco diferente... de uma forma mais passiva mesmo, não passional ou que não nos toque, mas que o ato de Cristo supera tudo o que pensamos, todos os nossos conceitos de bom e mal, certo e errado...

Pergunte-se. E se Jesus estivesse sido livre e Barrabás um dos mortos na cruz? O que teria acontecido? Qual a vantagem disso? Absolutamente nenhuma, seria mais um morto pelos seus crimes.

A nossa salvação dependeu daquele ocaso e ocasião, Jesus havia de sofrer e não querer isso por causa daquele piedosismo piegas teria criado a possibilidade de não termos sido salvos pelo Sacrifício perfeito de Jesus, o Cristo, na Cruz.

Aí pensamos, que a cruz é sempre cruz... Jesus foi convidado a provar que era o Filho de Deus... "desça daí se for o Filho de Deus"... Jesus poderia ter querido provar que era capaz de salvar ao mundo, salvando a si mesmo naquele momento...

Não olhar com sentimentalismo para Aquela vítima nos ajuda a compreendermos um pouco mais da infinita dimensão que toma cada gesto e cada ato de Jesus em sua paixão.

Ficar com "dó" de Jesus quando escolhemos entre Ele e Barrabás não é muito cristão. Jesus não abdicaria de seu amor por nós, Jesus era grande também diante da Cruz... Ele não a temia.

Ficar com "dó" é atuar como Pedro e correr o risco de num coitadismo passional digamos na verdade palavras tentadoras contra a Missão de Jesus... 

Desde então, Jesus começou a manifestar a seus discípulos que precisava ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas; seria morto e ressuscitaria ao terceiro dia.

Pedro então começou a interpelá-lo e protestar nestes termos: Que Deus não permita isto, Senhor! Isto não te acontecerá!

Mas Jesus, voltando-se para ele, disse-lhe: Afasta-te, Satanás! Tu és para mim um escândalo; teus pensamentos não são de Deus, mas dos homens!

Aqui estamos, nós e Jesus e Barrabás. Escolhemos quem para ser curcificado? Jesus ou Barrabás?

Como Cristãos, devemos ver um Deus que nos ama ao extremo e sem limites, que vai além e que seus gestos, por mais que nos pareçam limitados pelo nosso espaço e tempo vai muito além... Jesus é grande, é Senhor, Vive e Impera para sempre...

A parte: Hoje eu ouvi algo muito interessante, que a história do Cristianismo é mais do que a procura do homem por Deus, mas é a procura de Deus pelo homem... faz todo o sentido. Neste sentido, lembro-me também das palavras do Bispo Emérito de nossa Diocese, Dom José Geraldo... Deus ama a todos igualmente, assim como Ele amou grandemente Maria, Ele ama grandemente a todos e qualquer um, não o ama menos por ter sido bom ou por ter errado... a questão é quanto O amamos, o quanto nós nos abrimos para esta novidade do Amor Divino (tão antiga e quase sempre tão nova)... 

sexta-feira, agosto 15, 2014

Igreja Santa e Santificadora

A Igreja é Santa, portanto, Santificadora. Assim. como a sua cabeça é o Santo dos Santos e deseja a santidade a todos os membros de seu corpo, que é a Igreja, podemos dizer que a Igreja é Santa e Santificadora.

Seria errado, usar, pelo menos sem um contexto explicitamente claro, que a Igreja é Santa e Pecadora, pois não é, a Igreja é terminantemente SANTA e nela não há pecados e nem manchas.

Quando se quer se referir ao pecado daqueles seus membros que pelas suas fragilidades cometem atos incoerentes ao que ensina, pede e nos capacita a Igreja, é bom que se refira ao pecado pessoal, particular ou mesmo os desvios cometidos por grupos, que atuam na contramão da Santidade exigida pela Igreja para que com Ela esteja em plena comunhão.

Dizer que a Igreja é Santa e Pecadora, não significa que pecadores entrarão no céu, mas significa que no próprio Céu o pecado estaria presente.

Para entendermos um pouco melhor, que a comunhão com a Igreja, ou seja, a aproximação de nós, seus membros e ainda pecadores, precisamos realizar pelas nossas vontades atos coerentes do que se pede a caridade da Igreja, ou seja, pela caridade abrimos mão de nós mesmos, de nossos egoísmos e servimos ao outro, ao próximo com amor (a tendência do nosso pecado é que não nos tornemos abertos, mas limitados e preguiçosos em ajudar)... este ato de redução de si mesmo em favor do outro pela causa do Evangelho e pela Construção do Reino de Deus já aqui na terra são elementos de comunhão em perfeita sintonia com a Igreja de Cristo (diga-se passagem única e santa)... Ao passo que nos tornamos membros pela nossa comunhão com a Igreja e com Cristo, nos santificamos, mas quando abrimos mãos e em nossos atos se tornam egoístas, mesquinhos, individualistas, autorreferentes, nos distanciamos conscientemente da Comunhão com Cristo, ou seja, com a sua Igreja e portanto, entendemos que o pecado não faz parte em nenhuma forma da comunhão da Igreja.

A Comunidade peregrina da Igreja tem em seu meio santos e pecadores (até é por causa dos Pecadores que ela existe.. se houvesse somente Santos a Igreja seria não necessária... como diria Augustinho de Hipona, Santo e Doutor "Ó feliz culpa, que nos trouxeste tão grande Salvador"), ou pessoas que se aproximam de formas diferentes, variadas, da comunhão da Igreja e da santidade como se afasta dela pelo pecado. Quando cometo pecado me afasto de uma perfeita comunhão com a Igreja, mesmo ainda que eu não perca a plena comunhão, dela me afasto.

O termo Igreja Santa não indica que ela é passivelmente santa, mas que é ativamente santa, que o brilho e seu resplendor de santidade atua pelos méritos de Cristo na vida de todos, e de maneira ordinária pelos batizados, que em sua liberdade, prestam o seu assentimento ao que pede Deus e a Igreja.

A santidade que alcançamos depende mais da Igreja do que de nós mesmos, pois a Santidade é a atuação da graça do Senhor em nossas vidas e dela dependemos, pois não há em nós nenhum mérito, mas tais méritos estão em Cristo, nosso Salvador e Santificador de nossas vidas. Por isso, podemos dizer que a Igreja é Santa e Santificadora, mas não podemos dizer, que a Igreja (com I maiúsculo) é Santa e Pecadora.

Por isso, ao ouvirmos que a "Igreja" é santa e pecadora, entendamos que não se relaciona o termo "igreja" a Igreja, mas a comunidade de fiéis, santos, pecadores e os mais ou menos.