Sobre a Exortação Apostólica do Papa Francisco, que aliás, não li e nem pretendo ler tão cedo, pois já foi-se o meu tempo de correr e querer ler um documento da Igreja só para estar "por dentro" e poder comentar item a item. Mas, pelo pouco que li, de, graças aos bons amigos que tenho e publicou trechos importantes da Evangelii Gaudium (que quer dizer "A Alegria do Evangelho" e não "O Evangelho da Alegria", isso é outra coisa...) percebi que este escrito de S. S. Papa Francisco tem um bom potencial para tirar os Católicos do lugar comum e fazê-los caminhar na Fé, e interessante enfatizar, que o Papa não quer somente um caminhar na Fé, mas um caminhar com ALEGRIA!!!...
Vi que há diversos comentários de trechos isolados, e isso não é o problema, pois eu o faço neste exato momento, mas trechos isolados recortados por Jornais seculares, que tem de mim toda a manifestação de que devem ser livres para expressar, é importante dizer que nem sempre possuem fundamentação teológica, histórica ou até mesmo cultural para emitirem informações confiantes e consistentes sobre os temas, muito pelo contrário, ou por falta de conhecimento, ou por pura oposição, ou por pura invencionice, lançam artigos no mínimo dispensáveis, para não dizer outras coisas.
Agora, o que eu percebi do pouco que li, em alguns trechos, é que o Papa não arreda um milímetro da Fé (Doutrina), porém, avança-se suficientemente na disciplina para causar mau estar em quem se preocupa mais com a forma do que com o conteúdo.
Duas tendências da Igreja tendem a se enrolarem com as ideias do Papa Francisco, os irredutíveis ditos Tradicionalistas, que tendem a desejar não só permanecerem na condição de defensores de uma Tradição Formal (o que em tese é importante, mas insuficiente por si mesma) e por isso, talvez se sintam ameaçados ao ler que a Igreja deve Caminhar e talvez o termo "uma Igreja em saída..." lhes cause estranheza. Não quero dizer aqui também que tradicionalistas não saem e não evangelizam e também que não evangelizam com alegria, mas há também os que se prendem, se fixam e permanecem demais nas formas e nas fórmulas um tanto quanto complexas, úteis sim, mas que se mostram pouco atraentes para a prática cotidiana do Evangelho, do anúncio, do algo maior e inexplicável mistério, que com amor devemos praticar.
A outra tendência, que parece festar mais com as declarações do Papa e pegar somente trechos entre as vírgulas que os convém, são os irascíveis modernistas. Estes parecem estar alinhadinhos com o Papa, ou melhor dizendo, parece que o Papa está alinhadinho com eles, sim, pois eles não se alinham a ninguém que antes não alinhassem a eles (Libertação impositiva esta dos modernistas eclesiais, não?!)
Esta tendência, sobretudo o da desqualificada Teologia da Libertação (desqualificada por seus métodos e práticas... isso não sou eu quem a definiu assim) irá pegar trechos da Alegria do Evangelho e irá transformá-la indubitavelmente no "Evangelho da Alegria", do que se pode tudo, tudo e tudo... até terminar por incutir o ser humano na qualidade específica de um animal irracional (engraçado que eles conseguem fazer isso com o ser humano julgando a tese modernista ser racional demais... eu não consigo entender...). Festinhas litúrgicas, abandono do Sagrado e a profanação de altares, muita pipoca e pouco zêlo... assim entenderão e farão "entender" a muitos que é assim que o Papa, agora alinhados a eles, deve ser.
Enfim, eu me sinto incomodado também, não sou modernista, não sou tradicionalista, não sou nada, só me considero conservador por crer que a Fé Católica é uma Fé transmitida desde as origens e que, pela Graça de Deus, chegou a este pobre e indigente criatura (opa, criatura não...) e que nem poderia pensar em mudá-la ao meu gosto, até porque se fosse ao meu gosto eu não iria querer mudar nenhuma religião, pois seria mais fácil não seguir nenhuma.
Mas, mesmo me sentindo incomodado pelo apelo do Papa em uma "Igreja que sai", me sinto as vezes também apavorado, vai que o 1 bilhão de católicos ouçam este sussurro de seu Pastor, compreendendo o que ele realmente quer dizer e resolve de fato sair ao mundo como peregrinos, missionários, Filhos da Igreja...?!?
Se o Papa nos pede para que saíamos em Missão... saíamos... Surgit, Eamus!!!
Per Mariam!