quinta-feira, agosto 13, 2015

Não parece, mas eu também quero o mundo...

A verdade é que certos ímpetos do ser humano, mesmo que lutemos contra, nos arrasta levemente ou não para a contemplação de sentidos próprios ou externos e que nos fazem ir arraigando neles, por isso, não basta dizer que "não quer as coisas do mundo", é preciso vigiar, usando termos mais novos, é preciso monitorar os nossos sentidos e saber se eles estão já com diversas raízes, ramificações de sentido de poder querer muito de algo do mundo.

As vezes nos apegamos e nem percebemos e descuidamos, e quando se observa, estamos admirados com bens externos ou com sentidos próprios. Querer o mundo não significa querer ter bens materiais ou riquezas e poder, pode ser querer ter um mundo a sua volta que "lhe permita" ler todos os livros do mundo (ou ouvir todas as músicas do mundo), ou querer que as ideias próprias acumuladas sejam escritas e publicadas e divulgadas (como este post agora)...

Estar apegado as coisas do mundo, mesmo nas que se demonstram mais singelas e puras, como cuidar paranoicamente de flores e não aceitar em hipótese nenhuma que alguém nelas pise sem querer e que tome tempo ou gere preocupações que nos faz abandonar algo, pouco ou muito a nossa volta. É dizer que "isto" ou "aquilo" é a minha vida.

Deus disse que Ele é a nossa vida e que a partir deste amor amassemos ao próximo como a nós mesmos. As vezes amamos mais as coisas, mesmo que pequenas e que parecem inofensivas, mais do que a Deus, mais do que a nós mesmos e não nos permite amar livremente e com maior vigor o nosso próximo.

É preciso, não digo destituir todas as coisas, mas começar a dar a elas os seus devidos lugares, vigiar melhor os nossos sentidos internos e externos, lutar para sentir um pouco mais do mundo da pessoa que está a nossa volta e não querer que isto ou aquilo que intitulamos de "nossa vida" não supere o sentir da vida pulsar em nós, no nosso próximo e em tudo o que está a nossa volta.

É preciso estarmos atentos, um pouco mais livres e conscientes de que devemos estar de prontidão para ajudar o nosso mais próximo, ser forte e livre o suficiente para amarmos a Deus verdadeiramente, em espírito e em verdade, amarmos um pouco mais a nós mesmos (amarmo-nos em nosso íntimos, sermos mais íntimos e confidentes de nós mesmos) e desprendido ao ponto de termos forças para agir em favor do próximo (e agir com alegria...).

Amar a vida com tudo o que ela nos oferece, amar os rios, as árvores, as flores, as poesias, as músicas, leituras, histórias e causos, animais e hobbies favoritos, mas de modo que tais não suplantem o desejo de felicidade que há em nós e nos leva a Deus.

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