terça-feira, janeiro 05, 2010

Mais um poema básico e fora de hora

Se todo o meu cansaço fosse fruto de muito fazer,
Não sentiria eu nenhuma culpa em descansar.
Mas me canso mesmo é de nada fazer e me culpo
Por querer descançar por estar cansado de nada fazer.

Passa o preciso tempo, valioso que só ele e não me importo,
Sempre espero melhor tempo para fazer algo que precisa ser feito
mas que não será.
Faço pra mim o meu tempo e o meu tempo ocioso faz para mim
A Minha culpa. Insensato ou insensível.

O que se esconde atrás de meus olhos que parece ver tudo
E não me faz interessar em tocar em nada.
Deixe estar as coisas como estão.
Nada ha de tão importante que precise ser mudado?

me parece que nada precisa ser mudado. A teoria do caos
se faz existente no meu não fazer nada.
Não quero, nada desejo, nada me é feliz e assim parece
estar bom para quem não deseja nada fazer.

Ando e penso, ando e penso e somente ando e penso.
Mas tudo se esvai no ar. Que o vento carregue os meus pensamentos
Se bons, foram desperdiçados, se ruins, um bem ao mundo.
Que falta me faria realizar as coisas e não realizá-las?

Uns hão de pensar "ele desanimou de tudo"
Mas lhes digo não. Apenas procuro amor ao que é essencial.
Difícil missão para um cego que não quer ver ou que não vê
Por nada existir de útil mesmo, de real e verdadeiro no que vê.

Quero deixar de me conduzir pela vaidade
Quero amar o que faço mesmo que seja pouco
Quero fazer da vida um caminho que seja apenas um caminho
Sem pavimentação, mas que me leve em algum lugar.

Não quero mentir, não quero fingir, quero sim a sinceridade
de meus olhos me olhando no espelho, das minhas palavras
invadindo os meus ouvidos e que meu coração possa me ver e me ouvir
Assim como sou, não como eu quis ser.

Deus um dia me falou que seria interessante eu ocupar-me de mim
da forma como Ele um dia sonhou que eu fosse, não um alguém,
Mas eu mesmo, um eu para mim que me foi dado por Graça.
Não ser bonito e nem feio, mas ser eu como sou eu mesmo.

Há, um poema fora de hora que nada quer dizer para mim e nem para ninguém
Vaidade ou amor me faz querer inventar soluções para a minha falta de amor
A vida, a morte, o sono e um novo dia, são elementos contrastantes de uma mesma
criação. Espero acordar e estar em vossos braços, amando estar em vossos braços.

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