segunda-feira, agosto 24, 2015

Ts


Deus destinou-nos para alcançarmos a salvação por Nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós, a fim de que, velando ou dormindo, vivamos unidos a Ele.

sexta-feira, agosto 14, 2015

Michel Pagiossi, Cavaleiro de Santa Maria

Chartes, 14 de agosto de 2015: Michel Pagiossi da Silva, nosso irmão brasileiro e responsável pela organização do Preceptorado da MSM para o Brasil, acaba de ser armado Cavaleiro da Militia Sanctae Mariae – companhia regular e militante dos cavaleiros de Santa Maria.
Na foto à esquerda podemos ver o nosso antigo provincial, Carlos Aguiar Gomes, agora Mestre, e dom Hendricks. Para descrever a foto à direita nada melhor que usar as palavras do próprio Michel Pagiossi:
"Minha visão nessa noite: Nossa Senhora que dá à luz, com o Santíssimo Sacramento exposto, não apenas na capela onde a Militia foi fundada, mas também onde se guarda o véu da Virgem. Vigília terminada. Rezei com todos!"

quinta-feira, agosto 13, 2015

Hoje, em Chartres



O que Chartres, a belíssima Chartres e sua antiga Catedral tem a ver comigo? Tão distante e hoje me parece tão próxima, logo ali.

Hoje em Chartres, nosso Irmão Michel, Escudeiro-Donato da Militia Sanctae Mariae, será investido Cavaleiro de Santa Maria pelo Rito Litúrgico da Bênção do Novo Cavaleiro.

Hoje em Chartres Jacques Pellabeuf, até então mestre da Militia Sanctae Mariae deixou esta função e lembro aqui, que foi pelo olhar fraterno do Mestre Pellabeuf que nós fomos recebidos na MSM, a ele, nossa eterna gratidão e orações.

Hoje em Chartres, o nosso Provincial, Irmão e Cavaleiro de Santa Maria, fr. Carlos Aguiar, foi eleito o novo Mestre da Companhia Regular e Militante dos Cavaleiros de Santa Maria. Nosso novo Mestre, enquanto Provincial que cuidou de tudo, desde o primeiro instante, com o mesmo amor que os pais tem pelos filhos, de nos animar, nos ensinar, nos guiar, nos orientar para que nós brasileiros pudessemos servir Nossa Senhora como servos fiéis e inteiramente consagrados a ela, nossa doce Suserana. Que Deus e nossa Senhora abençoe a Militia Sanctae Mariae, que abençoe ao nosso novo Mestre fr. Carlos e ao seu predecessor, que abençoe o meu Irmão Michel Pagiossi que hoje inicia a sua vigília para que logo mais se torne um Cavaleiro de Santa Maria... enfim, Chartres, hoje, me parece logo ali!

Pax et Fides!

João Batista Passos


Aquela criança era como outras crianças

Passou o Natal. O Natal é um ato inequívoco de amor de Deus para conosco, pecadores... veja, não o recebemos, não acolhemos a sua Santíssima Mãe e o seu Castíssimo Pai, José... eram pessoas simples, era uma mulher grávida e seu esposo cumprindo o seu papel cívico em uma cidade distante. Não recusamos acolher um Deus Salvador, recusamos a receber uma mulher, seu esposo e um bebezinho recém-nascido, como tantos outras famílias, como tantos outros bebês nascidos já em exílio... exilado de uma comunidade que insiste em realçar que está tudo bem.

O escândalo parece estar em não termos recebido Jesus, o Filho de Deus, mas não, o escândalo está em não recebermos uma criança recém-nascida ou a sua ainda grávida. Quantas vezes este escândalo se repete e há de se repetir. Somos ainda insensíveis aos menores irmãos nossos, somos ainda bastante insensíveis a causa dos que mais precisam de nós.

O Natal é uma bela festa, sem dúvida... o amor de Deus nos contagia inexplicavelmente, mas o Natal não deixa ainda de ser um escândalo... não por não termos acolhido o Filho de Deus e Salvador do Mundo... mas por não termos acolhido uma mãe, o seu esposo e uma criança que nasceu como qualquer outra criança... se soubéssemos que era o Filho de Deus... o acolheriamos... ou não, pois qdo alguém soube disso, mandou persegui-lo...

Não podemos também aqui, materializar apenas o sentimento de culpa, não é esta a intenção, pelo contrário, é lembrar de que devemos estar mais aberto ao próximo, em favor sempre da vida e nunca da morte ou da indiferença... estamos ainda indiferentes, não digo com relação as famílias que necessitam de nós, mas estamos indiferentes às nossas próprias famílias.

Jesus não precisa de aduladores, quem sabe eu já fui assim, isso cansa a nós e a Ele. Jesus precisa de ser acolhido, ser acolhido nas outras crianças, no nosso próximo.

Todos tem necessidades especiais, todos e não somente os mais pobres e miseráveis, todos precisam de amor e de carinho, esta palavra, carinho, ao meu ver é a mais sensacional forma de amor. Há quem tem tudo mas não tem um sorriso sincero, há quem não tem nada e está pleno de confiança e alegria do Senhor... talvez o mais pobre já tem tudo e o mais rico não tenha nada. Estou usando este contraste, mas não nos apeguem a este exemplo, pois todos precisam um dos outros, e inclusive nós precisamos, porém, muitos de nós tem que procurar estar firme em Deus, não para ser perfeito, mas para poder ajudar o próximo a ter pelos nossos sorrisos, gestos e palavras a alegria de Deus... mais do que nós precisamos receber, nós precisamos levar a alegria de Deus...

Não parece, mas eu também quero o mundo...

A verdade é que certos ímpetos do ser humano, mesmo que lutemos contra, nos arrasta levemente ou não para a contemplação de sentidos próprios ou externos e que nos fazem ir arraigando neles, por isso, não basta dizer que "não quer as coisas do mundo", é preciso vigiar, usando termos mais novos, é preciso monitorar os nossos sentidos e saber se eles estão já com diversas raízes, ramificações de sentido de poder querer muito de algo do mundo.

As vezes nos apegamos e nem percebemos e descuidamos, e quando se observa, estamos admirados com bens externos ou com sentidos próprios. Querer o mundo não significa querer ter bens materiais ou riquezas e poder, pode ser querer ter um mundo a sua volta que "lhe permita" ler todos os livros do mundo (ou ouvir todas as músicas do mundo), ou querer que as ideias próprias acumuladas sejam escritas e publicadas e divulgadas (como este post agora)...

Estar apegado as coisas do mundo, mesmo nas que se demonstram mais singelas e puras, como cuidar paranoicamente de flores e não aceitar em hipótese nenhuma que alguém nelas pise sem querer e que tome tempo ou gere preocupações que nos faz abandonar algo, pouco ou muito a nossa volta. É dizer que "isto" ou "aquilo" é a minha vida.

Deus disse que Ele é a nossa vida e que a partir deste amor amassemos ao próximo como a nós mesmos. As vezes amamos mais as coisas, mesmo que pequenas e que parecem inofensivas, mais do que a Deus, mais do que a nós mesmos e não nos permite amar livremente e com maior vigor o nosso próximo.

É preciso, não digo destituir todas as coisas, mas começar a dar a elas os seus devidos lugares, vigiar melhor os nossos sentidos internos e externos, lutar para sentir um pouco mais do mundo da pessoa que está a nossa volta e não querer que isto ou aquilo que intitulamos de "nossa vida" não supere o sentir da vida pulsar em nós, no nosso próximo e em tudo o que está a nossa volta.

É preciso estarmos atentos, um pouco mais livres e conscientes de que devemos estar de prontidão para ajudar o nosso mais próximo, ser forte e livre o suficiente para amarmos a Deus verdadeiramente, em espírito e em verdade, amarmos um pouco mais a nós mesmos (amarmo-nos em nosso íntimos, sermos mais íntimos e confidentes de nós mesmos) e desprendido ao ponto de termos forças para agir em favor do próximo (e agir com alegria...).

Amar a vida com tudo o que ela nos oferece, amar os rios, as árvores, as flores, as poesias, as músicas, leituras, histórias e causos, animais e hobbies favoritos, mas de modo que tais não suplantem o desejo de felicidade que há em nós e nos leva a Deus.

quinta-feira, agosto 06, 2015

Em que consiste a Fé Católica: A pessoa de Jesus




A Fé é mais do que um sentimento humano, é uma adesão do homem em relação ao seu Criador e um comprometimento com os seus desígnios e à sua Revelação. A Fé Católica consiste totalmente em crer nas Palavras de Jesus, crer e seguir esta pessoa que viveu entre nós, sendo um de nós, que em tudo era como nós, com exceção no pecado (Cf. Hb II, 17).

Então a nossa fé não é algo vindo apenas de um desejo do homem de se voltar rumo ao seu criador desconhecido, mas é a adesão da busca empreendida pelo próprio Criador de se revelar e de nos encaminhar a nossa plena realização. Ele nos criou e Ele nos indica como devemos proceder para que Nele encontremos o nosso fim último, a nossa plena realização e a nossa plena liberdade.

Resumindo, devemos compreender que a nossa fé é a adesão das Palavras reveladas pelo próprio Deus. A Fé católica consiste em uma pessoa, o Kyrios, o Cristo, o Messias, que afirmamos com o coração todo, ser Jesus Cristo de Nazaré, Filho de Deus, nascido do ventre da Santíssima Virgem Maria, descendente de Davi, Rei e Salvador, Senhor de todas as coisas (Cf. Mt XVI, 16).

Por isso, a Fé não é um sentimento pessoal que ganha contornos conforme nossas conveniências e se trata de adesão a Fé proclamada pela Igreja. A Igreja acolhe a Revelação contida nas Sagradas Escrituras, na Sagrada Tradição e nas determinações provenientes do Sagrado Magistério, instituído pelo próprio Cristo, na pessoa dos Apóstolos e seus sucessores, sobretudo na pessoa do Apóstolo Pedro, chamado a confirmar os irmãos (cf. Lc XXII,32) na Fé e aos seus sucessores, os Papas.

Se já falamos que a nossa Fé é a adesão as Palavras Divinas e principalmente as que foram reveladas pelo homem Jesus, pois se tratam da plenitude da Revelação e confirmação de todo o Antigo Testamento, agora precisamos compreender este Homem, quem é Jesus ao qual depositamos toda a nossa Fé, toda a nossa confiança.

Seria impossível ser Cristão se não pela adesão da nossa Fé e razão ao que Cristo vem nos dizer, nos revelar do Pai (Jo I, 18). Então, fica-nos a pergunta: Quem é este Jesus, Filho de Maria, em quem eu deposito toda a minha esperança?

Passamos agora a mergulhar em um horizonte novo, em uma compreensão completa do sentido de nossa existência, vamos além da esperança e passamos a pisar em fatos concretos da proximidade e cumplicidade de Deus em nossa existência, em nossa caminhada rumo ao Bem Eterno, da plena realização do que podemos chamar vida, mas muito mais que apenas vida, mas sim vida em abundância (Jo X, 10).

Então, para confiarmos em Jesus e Nele depositarmos todas as nossas forças e fraquezas, alegrias e sofrimentos, enfim, o nosso respirar e o nosso viver, precisamos compreendê-lo de forma inequívoca e isto se dá de maneira dinâmica e permanente, não adianta querermos compreendê-lo apenas estudando ou lendo sobre Ele, mas é preciso que a cada dia nos relacionemos com Ele, pois Ele abre a nós esta possibilidade (Lc X, 22). Se nos abrirmos a Ele, então o compreenderemos, mesmo que se não de forma completa (pois se trata de um Mistério maior que a nossa capacidade de compreendê-Lo integralmente), o conheceremos e então, com o coração cheio de vigor e coragem poderemos afirmar a verdadeira face de Jesus ao mundo, ao nosso próximo (Jo XV, 26).

Jesus é verdadeiro homem. E assumindo a nossa humanidade em tudo ele é igual a nós. Porém Jesus, como dissemos, assume a nossa inteira humanidade, mas Jesus, o Verbo de Deus já existia antes da criação do mundo, por Ele o mundo foi criado e sem Ele nada foi feito. Ele é a Luz que ilumina a nossa vida (Cf. Jo I) e muitas vezes a tratamos com indiferença e até desrespeito, então, logo não poderemos conhecê-lo, ouvi-lo e muito menos seguir no Caminho, na Verdade e na Vida, que Ele nos propõe seguir, sendo Ele mesmo o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo XIV, 6).

Jesus é verdadeiro Deus, conforme o texto do Credo Niceno-Constatinopolitano. Portanto, as Palavras de Vida Eterna (cf. Jo 6,68) que Jesus nos diz derivam não apenas de um entendimento das coisas divinas, mas de Nele estar contido todas as coisas divinas. Jesus é Deus.
Jesus, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro. Esta é a nossa profissão de Fé, na qual devemos avançar em compreensão. Profissão de Fé esta inalterada, intacta desde os princípios, portanto não descuidemos de compreendê-la, recorrendo a Fé e a nossa própria razão, que certifica que a nossa Fé não é inválida ou vã. Pois se não nos sentirmos tocados por e para esta realidade divina de Jesus, nunca poderíamos chamá-lo de Cristo, Senhor, Filho de Deus, Salvador e Rei.

Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. A esta realidade da pessoa de Jesus chamamos de Hipóstase, Dogma de Fé, compreensão irrevogável da natureza de Jesus. Sem esta compreensão, a Fé Cristã se resumiria em mais uma teoria religiosa e não uma experiência de fato e tangível do Divino com o humano. Jesus é uma única pessoa com duas naturezas, completas, únicas e inseparáveis. Isto explica duas coisas, uma a pessoa de Jesus é adorável, por isso os reis do oriente que seguiram a estrela, ao encontrá-lo em um presépio se ajoelharam e O adoraram (Mt II,11).

Outra é que Maria é sim, Mãe de Deus, pois seu Filho Jesus é Deus, Filho de Deus e que existe desde sempre. Jesus, Filho de Maria é o Verbo encarnado em seu ventre e ao mesmo tempo um de nós no ventre de Maria, sem perder a sua essência divina Ele é concebido como homem.

Maria, Mãe de Deus. Nisso também consiste a nossa Fé. Maria recebe o título já na era primitiva da Igreja de Theotokos, ou seja, Mãe de Deus. Afirmamos com Fé firme nisto, não com a intenção de aumentar as glórias de Maria (a ela foram atribuídas as honras por parte do próprio Deus), mas nos faz sim, compreender o maravilhoso Mistério da encarnação. Maria encontrou graça diante de Deus, Maria transborda da Graça Divina (Lc I, 28), é a Arca de Deus, é a escolhida, a eleita e merece todo o nosso amor, toda as nossas honras, como seguindo verdadeiramente o 4º Mandamento da Lei de Deus.

Para confirmarmos isto, de forma Bíblica, basta ouvirmos a saudação de Isabel, sua parenta ao dizer com um maravilhoso e inequívoco impulso “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?” (Cf. Lc I, 42-43)

Não é de menos importância entrarmos no Mistério da Encarnação com vistas na participação fiel e obediente da Santíssima Virgem neste Mistério da Salvação. Se obscurecermos o papel de Maria, sem dúvida resultará num obscurecimento da pessoa do próprio Cristo. A Revelação não se resume nas Palavras de Jesus, mas se fundamenta na pessoa inteira de Jesus. Jesus é o Verbo Divino, a Palavra de Deus encarnada, a Palavra personificada em nós, entre nós. Por isso, é preciso caminhar com Maria, é preciso ir até ela para que compreendamos no que consiste a Fé Católica na pessoa de Jesus Cristo.

Em Maria, o Verbo de Deus se faz homem, um de nós, é Deus conosco. Este um de nós, no ventre de Maria é a nossa única esperança, única possibilidade de alcançarmos a redenção e a liberdade para a qual fomos criados. Por isso, podemos pensar que Maria cuida de cada um de nós Cristãos, cuida da nossa redenção, carrega o Justo em seu ventre maternal, puro e imaculado e nos relaciona com Ele.
A nossa Fé consiste em seguir os passos e ouvir as Palavras do Filho de Deus e de Maria.

A Santíssima Trindade

Deus é uno e Trino. Eis o Mistério da Santíssima Trindade. Um Deus em pessoas três. Aderir a este mistério da Fé é um fundamento basilar de tudo o que temos conhecido, vivido.
“Cremos firmemente e afirmamos simplesmente que há um só Deus eterno, imenso e imutável, incompreensível. Todo-poderoso e inefável, Pai, Filho e Espírito Santo: Três pessoas mas uma só Essência, uma Substância ou Natureza absolutamente simples.” (IV Concílio de Latrão)

Pequena e última reflexão

Bom, passamos rapidamente pelo que consiste a adesão da Fé. Agora paremos um instante e façamos uma reflexão. Jesus é o ponto de partida e de chegada da minha Fé Católica? Ele realmente tem sido o centro das minhas buscas por aumentar a minha Fé, amadurecê-la a ponto de sentir-me alimentado por ela?

É bem verdade que neste pequeno espaço e tempo em que desejamos passar um mínimo dos fundamentos da Fé Cristã, única e santa, não foi possível entrar em tantos outros pontos fundamentais de nossa Fé, mas desejamos que este texto possa significar um pouco de tudo o que é maravilhosamente lindo da Fé que salva. Tudo o que cremos e professamos origina-se e tem sua completude em Jesus Cristo, princípio, meio e fim. Tudo está fundamentado em Cristo. A vida, o amor, a justiça, o perdão, a Fé.

“Vós conheceis a bondade de nosso Senhor Jesus Cristo. Sendo rico, se fez pobre por vós, a fim de vos enriquecer por sua pobreza.” (II Cor VII, 9)


João Batista Passos
Apostolado Servi Christi.